domingo, 13 de fevereiro de 2011

É não dormir que dá nisso!

Nossa, tanta coisa pra dizer!
Mas nem vou me esforçar pra ser coerente, ninguém anda lendo isso aqui ultimamente mesmo... vou começar a considerar que ninguém lê e aí posso expressar todo o meu eu futebolístico, na sua forma mais pura que, digamos, é insuportável pra maioria das pessoas. Enfim, sou assim com o que eu realmente gosto, não consigo evitar. E eu amo futebol. MUITO. Perguntem pra minha tia... desde pequenininha... chorei feito uma doida na Copa de 94... Quando o Baggio chutou aquele penalti pra fora e eu pude desfazer todos os nós que tinha dado no meu corpo naquele canto apertado do sofá, eu tinha apenas 9 anos de idade e nesse dia eu descobri que futebol era algo além do que zuar os amigos depois que seu time ganhava do deles. Era mais do que ficar no intervalo (ou recreio, que era como eu chamava) conversando com o inspetor, repetindo todos os dados do jogo anterior e falando coisas absurdas do tipo "se chutes a gol valessem alguma coisa a gente já tava classificado". Era mais do que assustar suas amigas que não tinham a mínima idéia de quem era Ghiggia, mas que morriam de medo quando você falava que tava vendo a camisa dele no chão da escola e começava a chorar dizendo que ele desclassificaria o Brasil para a Copa de 94... Enfim, foi no dia 17 de julho de 1994 que eu descobri que o futebol era mais que tudo isso. Nesse dia, quando ouvi o então não odiado Galvão Bueno gritar "ACABOOOOU, ACABOOOU...", eu senti uma coisa que até então eu só tinha sentido quando eu me perdia nas páginas de um bom livro de fantasia. Um sentimento que só um mundo independente desse pode despertar. Mas ainda assim era algo diferente... indescritível! Acho que foi a primeira vez na minha tão breve vida que chorei de pura alegria... Uma alegria TÃO grande, mas TÃO grande!!!! Juro que quando ouço alguém dizendo que não gosta de futebol eu penso nesse dia e fico com pena da pessoa ao pensar "Meu Deus, ela nunca sentirá aquilo, não AQUELE sentimento... óbvio que sempre há outras coisas no mundo que podem despertar certos sentimentos, mas AQUELE é único, é de um tipo especial, só um torcedor sabe...".
Lembro do café da manhã no dia seguinte e do aperto no peito ao pensar que eu teria que esperar quatro anos pra poder ver uma Copa do Mundo novamente. Não adianta! Copa do Mundo é especial. DEMAIS! Pra mim ainda mais, pois foi na Copa do Mundo que eu descobri o quanto eu amava o futebol. Não só o Corinthians, não só a Seleção Brasileira, mas futebol. Logo me apaixonei pelo Liverpool também, como não se apaixonar? E pelo Roberto Carlos e, conseqüentemente, pelo Real Madrid. Tive dias tempestuosos com o Real Madrid, lá pelos anos 2000-2009, mas então Kaká e Özil me fizeram voltar a lembrar do antigo amor, não exatamente como antes, mas ainda assim o suficiente para não perder nenhum jogo.
Nossa! Eu tenho tanta coisa pra falar.
De 1994 a 2008 eu não perdi NENHUM, repito, NENHUM jogo da Seleção Brasileira. Eu era, definitivamente, a torcedora mais apaixonada que existia. Ficava brava às vezes, como não ficar? Dizia que iria torcer contra, mas eu simplesmente não resistia... quando eu via a camisa amarela entrando em campo... choro de lembrar daquela época... Quero deixar claro que não estou tentando escrever bonito ou tentando emocionar ninguém com isso. Só me senti sufocada com tudo isso ultimamente e to tentando mostrar pra qualquer pessoa que possa ler isso o quanto eu amo tudo isso de que estou falando e talvez tentar entender minha atual aversão à Seleção Brasileira, que me deixa tão triste quanto a derrota em 1998...
O dia mais feliz da minha vida (ou talvez seja "os dias mais felizes da minha vida") eu devo à Seleção Brasileira. O dia mais triste também... (talvez o dia 22 de janeiro de 2008 tenha roubado o título do dia 12 de julho de 1998, mas enfim...). Eu amava essa seleção mais do que a minha própria vida. De verdade! Minha tia me colocava de castigo quando eu fazia alguma coisa errada e geralmente meu castigo era ficar sem assistir os jogos... Eu levantava praticamente de madrugada, limpava toda a casa, fazia todo o serviço doméstico e deixava de fazer as coisas que eu gostava (tipo jogar futebol) pra quando minha tia acordasse eu implorar, chorando, que ela me deixasse assistir o jogo... Ela sempre deixava... Meu amor e devoção à Seleção Brasileira só pode ser comparado ao meu amor às outras coisas que eu amo, porque não imagino (embora seja possível) amor maior que o meu. Meu melhor presente de aniversário foi a Seleção Brasileira quem me deu. Minha maior decepção também (talvez aqui o Torres entre no páreo)...
Como eu dizia, por mais brava que eu estivesse e por mais que eu dissesse que não torceria para eles, eu SEMPRE torcia, porque não-torcer não é uma coisa que você decide e põe em prática, assim como torcer. É algo que vem de dentro da gente, você não escolhe... Não tem como evitar. Assim, de verdade, de dentro de mim, a única vez que não consegui torcer de verdade pra Seleção foi no jogo contra Portugal, na última Copa do Mundo. Quando dei por mim, durante o jogo, estava loucamente desesperada torcendo para Portugal. Por que? Não sei... não tenho a mínima idéia. Nem a mais remota. Se vocês derem uma espiada no Salão do Fogo verão que comento sobre isso... e depois disso a coisa só foi piorando... Só torci de verdade, do fundo do meu coração, para a Seleção depois disso no jogo contra a Holanda, porque era uma seleção nojenta e insuportável que eu jamais torceria! Depois disso, nunca mais. Não sei o motivo. Simplesmente perdeu o encanto. E isso é tão triste, mas tão triste que chega a doer o coração ao lembrar das épocas em que eu morreria por aquela camisa amarela.
Quem me conhece há pouco tempo deve achar que sou dessas pessoas que, às vezes, pra ser diferente, torce contra. Não, não sou eu... Só os meus antigos amigos seriam capazes de se surpreender o suficiente com essa minha atitude. Só o Oswaldo, que me via perder provas pra ver a Seleção jogar, ou a Luciana, que me viu chorar 2 meses sem parar depois de 1998, só eles leriam isso ou o meu twitter e diriam "Mirane, você não está bem, de jeito nenhum. Essa não é você! A Mirane que eu conheço ama desesperadamente aquele pedaço de pano amarelo com o escudo da CBF e cinco estrelas (a única no mundo, ainda consigo me orgulhar disso) e qualquer ser que esteja dentro dele." Eles iriam saber que algo deve ter acontecido, algo enormemente absurdo pra isso ter mudado. Aconteceu. Mas eu não sei o que é. ):
Não vou poder mudar a opinião de pessoas que me conhecem só agora. Impossível. E dane-se também, o que eles tem a ver comigo? Mas é sempre incômodo ver as pessoas com uma impressão completamente errada de você.
Mas meu amor pelo futebol só vem aumentando... Não foi fácil. Quando percebi que o futebol não era o mundo tão perfeito que eu imaginava, me decepcionei muito. Quando me dei conta de que a política também estendia suas garras para o futebol, fiquei muito triste. Mas isso foi há muito tempo... já me acostumei. Aprendi que o futebol, como o mundo em si, não é NADA justo. Muito longe disso. E, pra mim, essa é a única diferença do futebol para todos os mundos fantásticos que eu amo. Neles, por mais injustiça que haja, sempre há algum tipo de compensação. No futebol não. É a realidade nua e crua, exatamente como conhecemos. Injusta. Triste. Raramente feliz. Mas que continua sendo uma opção muito melhor pra minha vidinha ridícula.
Por que tudo isso? Não sei também. Talvez seja porque ultimamente, como se isso já não acontecesse o suficiente, eu estou ficando cada vez mais distante das pessoas. Por que? Porque o futebol, como minha opção de realidade, não é algo que eu possa dividir com muitas pessoas. Estou reclamando? Não. Só estou constatando. Não posso obrigar as pessoas a quererem falar comigo sobre algo que não lhes agrada e, pior, jamais conseguirei fazer as pessoas entenderam o quanto o futebol é importante na minha vida. Ninguém vai entender. Toda vez que eu fizer um comentário sobre algum dos inúmeros jogos que vi ou ficar vendo jogadores em cada pessoa que cruza meu caminho, alguém vai olhar pra mim e dizer "Já deu né, Mirane?" ou "Ai meu Deus, futebol de novo...". Até o Fer que também ama futebol (e entende muito mais que eu) não me aguenta mais. Não posso mudar isso, nem culpar as pessoas, mas eu estou me sentindo terrivelmente sozinha agora e esse é o meu blog de futebol, então posso vir aqui e dizer tudo isso. Na verdade teria mais um milhão de coisas a dizer sobre tudo isso. O quanto estou terrivelmente triste porque a Seleção Brasileira sub-20 foi campeã. Sim, terrivelmente triste. Não consigo evitar... E quem me leu no twitter vai continuar com aquela imagem... a imagem de uma pessoa que eu não sou e que eu tanto odeio. Eu devo ter um motivo. Se descobrir, conto a vocês. Vocês quem? Não sei também. Nesse momento, não to sabendo de nada. Só sei que, sim, sou terrivelmente exagerada com tudo que amo; sim, eu sei que a chance de alguém ler isso e entender pelo menos 20% é mínima. Mas o que eu posso fazer além de me expressar?
O que tenho realmente certeza é que o futebol é tão importante na minha vida quanto o ar que eu tenho que respirar todo dia, assim como as obras do Tolkien que leio sempre que possível (SEMPRE) e que se você não consegue entender isso pelo menos podia respeitar. É só o que eu peço no momento.
Muito obrigada!

Agora vamos a um geralzão dos acontecimentos futebolísticos da semana:
Amistosos internacionais: simpáticos. Brasil perdeu pra França (gol do Benzema); Agger fez gol pela Dinamarca contra a Inglaterra, mas a Dinamarca perdeu. A Espanha ganhou da Colômbia. A Argentina ganhou de Portugal. A Holanda ganhou da Suíça e o Kuyt fez um gol (Reds everywhere!). Teve mais, mas isso é que estou disposta a falar no momento, se quiser mais vá ao site da ESPN ou ao Trivela ou ao Google. Whatever.
Em La Liga o Barcelona (que passarei a chamar de Barça por economia e não por carinho) empatou ontem depois de uma seqüência de 16 vitórias. O Real Madrid joga hoje e pode diminuir a diferença. O jogo Racing x Sevilla foi incrível!
Na Premier League o Liverpool empatou com o Wigan... ): No clássico Manchester x Manchester o Rooney fez um gol de bicicleta (que é bonito em sua essência e não porque foi o Rooney que fez, óbvio) e deu a vitória ao United. Mas a rodada ainda não acabou.
No paulista o Palmeiras ganhou ontem e é líder. O Corinthians joga hoje.
Semana que vem tem Champions. Mais. Tem Arsenal x Barcelona pela Champions. Enfim, grande semana!
Acho que tem Europe League também e, se tiver, tem Liverpool. (:
É mais ou menos isso que tenho pra falar por enquanto. Agora voltarei ao Tumblr, que vem me dando algum alento nesses últimos dias tão terríveis.
Play the fucking football.

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